Imã

O grande imã de confusões sempre fui eu e a cada dia que passa eu percebo que estou atraindo mais problemas, quando tento resolver um problema pra deixar alguém feliz atraio mais dez pra mim e me machuco mais quinhentas vezes tentando resolvê-los eu cansei disso mas não consigo parar com isso.
As pessoas se aproximam dizem serem suas amigas e realmente se provam suas amigas, participam dos seus sonhos e ajudam com eles pra depois fazerem o que? DESTRUÍREM ELES! Destruírem, aniquilá-los, remoê-los como carne moída em açougue, fazem uma verdadeira carnificina com seus sonhos que não passam lindos algodões doces cor-de-rosa.
Hoje em dia nos encontramos num mundo de pessoas mesquinhas, não encontramos mais alguém que pense em outro ser humano, não há mais amor, são todos cegos, não há mais amizade verdadeira, se alguém me entende são todos cavalos de corrida.
Espero realmente que as pessoas mudem porque não estou afim de mudar por elas e viver num mundo em que apenas eu sou diferente é complicado, e como o ditado diz 'se não pode com elas junte-se a elas' e viver igual a elas pra mim seria insuportável então entre me render a elas e morrer eu realmente prefiro a segunda opção pois já vivo num mundo sozinha e isso é muito difícil pra mim.
C. Mazaro

Um minuto de sua atenção

Oi, prazer, sou Clara Fernanda Mazaro, mais conhecida como Panda, estou aqui para te informar que sou uma pessoa carinhosa, sensível, amorosa, por mais que não pareça também sou delicada, gentil e não desejo o mal de ninguém, as vezes posso falar algo como “desejo que essa vadia morra com ácido valproico e querosene” mas se isso acontecer de verdade eu sei que vou ficar mal, e queria dizer para você, é você aí que está lendo esse textículo, que agradeceria muito se você não me magoasse e não fosse falso comigo pois me apego facilmente as pessoas, e me apego muito, eu faço de tudo para os outros, para vê-los bem e nunca peço nada em troca, mas desta vez estou pedindo, juro que não é muito, só lhe peço uma coisa, NÃO ME DECEPCIONE, não me faça deixar de acreditar em você pois eu sei que no fundo todos são uma boa pessoa, então me mostre esse seu lado bom e você sempre terá de mim o melhor, eu apenas não quero mais ver minhas lágrimas rolarem sob meu rosto e caírem em minha camiseta encharcando-a, não de tristeza ao menos, agradeço eternamente a vocês que fizerem isso por mim, em troca eu farei tudo que tu pedires só para te ver sorrir, o mais puro e belo sorriso de alegria, aquele que mostra de corpo e alma quem tu és.

Ciúmes

Uma palavra, um sentimento cheio de emoções e a pior dela é a dor que sentimos, engolimos o orgulho pra não machucar a pessoa, engolimos as lágrimas pra não chorar de raiva, e engolimos o ódio pra não sair batendo nos outros.
Ciúmes é a pior coisa que tem no mundo, principalmente quando você tem ciúmes de alguém que não é nada seu para com alguém que é legal! Ai você se sente a pessoa mais hipócrita do mundo e tem vontade de se auto-aniquilar :D
Eu realmente não sei o que está acontecendo comigo, eu to me controlando cada dia mais, quando digo que estou me tornando adulta a cada nano segundo as pessoas riem da minha cara. Não quero nem provar isso para ninguém, apenas tenho que provar pra mim mesma que sou adulta, sou a única que cuida do meu corpo e a única que cuidarei de minha vida. Tenho idade o suficiente para arcar com as consequências dos meus atos imaturos e sei que vou sofrer com eles por isso não posso mais brincar com o fogo, sei que tenho de fazer o que é certo e não posso mais sonhar alto, manter os pés firmes ao chão e os olhos para frente e em foco assim nunca irei me deparar com situações que não serei capaz de lidar.
                           C. Mazaro

Lábios Vermelhos

     Sentado em uma carteira, em uma carteira fria de metal, Liam prestava atenção na aula. Estudava em uma das melhores escolas de Manchester, uma escola de burgueses, de nariz empinado. Mas suas origens eram diferentes.
     Vinha de uma família pobre, que morava perto de uma favela, seu pai e mãe sofriam para sustentá-lo. Ainda bem que era filho único, se a mãe pudesse engravidar de novo as contas iam ficar pesadas para a família. Mas a mãe não o deixava trabalhar, não. "Lugar de criança é na escola", ela dizia. Por isso sempre se aplicou aos estudos. Tanto que conseguiu essa bolsa para terminar o ensino médio.
     Porém, naquele dia havia algo diferente. Enquanto ouvia a velha professora falar e anotar as fórmulas na lousa, uma bolinha caiu.
     Uma bolinha vermelha, lisa, fria e escorregadia, daquelas que se compra no supermercado em uma máquina, apenas 10 cruzeiros. Mas aquela bolinha era diferente, saltava da carteira pulando, rolando, até parar em seus pés.
     Suas mãos se fecharam por impulso involuntário. Assustou-se. O que fez a mão se fechar? O que tinha de extraordinário nessa bolinha? Era comum, já brincara com uma antes. Mas ao mesmo tempo era diferente, chamava-o, pedia seu toque. Liam desviava os olhos, tentava anotar as fórmulas, ou prestava atenção nos outros, mas não adiantava. Procurava, então, outra coisa para se distrair, no entanto a ansiedade em seu peito era maior, a adrenalina corria em suas veias deixando-o nervoso.
     Não aguentou mais. Liam engoliu seco, esticou a mão e discretamente pegou-a, colocando-a rapidamente no bolso do agasalho. Ah! Esses prazeres tão grandes e imperiosos! Ao tocá-la, uma avalanche de sensações ocorreu em seu corpo. As pontas de seus dedos saboreando a textura emborrachada e fria, escorregando pelo suor em sua mão. Aquele sentimento de satisfação... As mãos negras contrastavam com o vermelho da bolinha.
     De repente, toda a glória se foi. A dor em seu peito dissipara-se, agora era seu coração que doía. A menina dona da bolinha nada percebera, que ele tomara do chão para si, não parecia ser preciosa para sua dona. Menina rica, devia ter muito mais. Mas Liam, pela primeira vez em sua vida, sentiu angústia.
     A bolinha era dela, não dele, ele devia devolvê-la, mas também queria ficar com ela. Havia uma batalha em seu interior, travada por dois lados, ambos com razão. Sua mãe sempre ensinara que ele devia ser correto, justo, não devia pegar algo que não era seu, era uma pessoa de ética. Mas dentro de si uma outra voz falava que ela agora era sua, "achado não é roubado, quem perdeu foi relaxado", que a menina tinha dinheiro, a sociedade era injusta com ele, ela era injusta com ele e, por isso, deveria ficar com a bolinha.
     Quando o sinal tocou, Liam foi correndo ao banheiro, ainda com a bolinha no bolso. Começou a lavar as mãos, depois os braços, lavou até o rosto e, olhando-se no espelho, sentiu-se sujo, igual àqueles traficantes perto de sua casa, gente desonesta.
     Olhando sua imagem refletida, decidiu-se. Ia devolver a bolinha, a garota não era culpada de perdê-la ou de estar em uma posição social melhor, e ele era um homem honesto, íntegro. Se ela achasse que ele tinha roubado, que achasse! Não tem problema. Todo burguês acha que negro é ladrão, não? Mas ele saberia em seu interior que era puro de coração.
     Ao voltar à sala de aula, só sobrara a garota, agachada no chão, procurando desesperadamente o pertence precioso, precioso para ambos; Liam sentindo-se culpado e, ao mesmo tempo, feliz, retirou a mão do bolso e lentamente a abriu, observando pela última vez a bolinha e sentindo-a. Tocou no ombro da garota e estendeu a mão. A expressão dela era indecifrável, mas ela pegou a bolinha de sua mão, as mãos dela eram quentes, e depois...
     Ela o beijou. Foi um beijo ingênuo, na bochecha, ela até teve de ficar na ponta dos pés para alcançar seu rosto.
     Mesmo assim, aquele beijo na bochecha, quente e úmido, aquele outro sentimento, novo, nascendo, as pernas trêmulas... Quando virou-se para olhar, lá estava ela, com um sorriso radiante, os dentes brancos como estrelas alinhadas, acendiam um fogo dentro dele e o deixava atordoado.
     Ela foi embora, e ele de volta ao caminho de sempre para casa lembrava-se da bolinha, do beijo, dois acontecimentos tão rápidos e tão marcantes. Estava com dor na garganta, alguma coisa a fechava, apertava, aquele beijo! Sentia-se emotivo. As lágrimas inundaram os olhos, rolaram pela face e caíram no asfalto quente. Pensava na bondade da garota e nos lábios, que deviam ter sido alimentados com finas iguarias, que beijaram a face suada e humilde de um pobre.
     Quanto mais pensava no beijo e na garota, mais seu corpo doía, um sentimento dilacerante tomava conta dele, mas havia também alívio.
     Contudo, naquela noite, deitado com seus pais em uma cama de casal com apenas um cobertor, Liam chorou. Chorou de alegria, de felicidade ou então chorou por nada, chorou quieto, pois precisava chorar. As lágrimas saíam sem um porquê, mas ele chorou e sabia que amanhã seria um novo dia, com mais mil garotas e outras tantas bolinhas.

Reativando

Oi pessoas,
Queria dizer que estou reativando meu tumblr. Decidi dar vida a ele novamente pois fica complicado eu vir toda hora aqui e escrever pequenas frases e pensamentos, então será o seguinte, todo texto com corpo e estrutura eu irei postar aqui, as pequenas frases que correm no meu pensamento eu posto lá.
Se quiserem ler fiquem a vontade, afinal de contas ninguém realmente entende o que digo por trás das palavras.
Meu tumblr é este aqui: http://injetando-felicidade.tumblr.com/
Divirtam-se ~~


Pensamentos Noturnos~~


Esse é o momento em que tudo colabora contigo, você já não ta bem por motivos que não sabe ao certo então sua avó vem com 7 facas na mão te machucar, eu falo facas pois são pontudas e afiadas e conseguem ferir mais do que pedras, ok tudo passa, você volta a fazer o que não deve, não eu não me cortei (vontade não me falta) eu apenas vomitei, isso tira um pouco do meu peso na consciência.
Não tenho com quem conversar, não tenho onde escrever, estou escrevendo aqui mesmo sabendo que ele vai ler e eu vou fingir estar bem, vou ficar sorrindo fingindo que era charme quando na verdade vai ter um buraco enorme no meu peito pedindo pra eu me enfiar dentro dele.
Beleza, preciso pensar, preciso ser feliz o que eu faço? Vou ouvir músicas, só que as músicas que aparecem como recomendações são todas melancólicas e verdadeiras, ou pelo menos que eu assemelhe com a minha verdade, pra piorar, meu computador começa a me entender, eu entro em pastas com fotos que não devia, ele muda o wallpaper para fotos sombrias que refletem meu interior... PORRA MUNDO NÃO TO PEDINDO PRA ME COMPREENDER SÓ PRA ME ESQUECER!
Não dava pra continuar tudo como estava? Aquela falsidade linda que estou acostumada a absorver? Não! VOCÊ TEM QUE FODER COMIGO...
Depois quando eu canso de você e viro uma morta viva você me julga! Sabe, eu queria realmente que tudo tivesse acabado dia 21/12, SERIA MUITO MAIS FÁCIL!!!
Essa dor que me toma anda ficando insuportável de se aguentar, eu não quero mais ela, dessa vez será eu que farei o ruim, não serão os outros. Irei acabar me deletando da vida de cada um, MAS EU NÃO SEI FAZER ISSO, NÃO CONSIGO SUPORTAR A DOR DO OUTRO.
“É tudo uma questão de tempo.” “Cresce que passa.” “Pare de ser uma criança e veja o lado bom da sua vida.”
Me diga por favor QUANTO TEMPO? Assim só pra sua informação eu não sou eterna, um dia eu morro e nesse dia tudo acaba e esse tempo que tu tanto diz para de ‘correr’, queria saber se vou ter que esperar o ‘tempo’ até a morte, porque se tiver já me mato agora! Queria que ele chegasse antes sabe PARA EU APROVEITAR UM POUQUINHO A VIDA...
Cresce que passa? Ah ok! Já cresci e me arrependo tanto fisicamente quanto mentalmente, uma criança é ingênua e só vê a parte boa, vive para a alegria e isso é muito melhor do que viver topando com as verdades da vida que te derrubam com tanta facilidade.
Pare de ser uma criança? LADO BOM DA VIDA? OI PERA! Me diz qual o lado bom de ser adulto? Me diz por favor porque tu acha que ser criança é tão ruim assim? Olha eu não vejo assim, uma criança pode brincar, tem a atenção de seus pais E ATÉ EU QUE NÃO TIVE ATENÇÃO DELES ME SENTIA MAIS AMADA QUANDO CRIANÇA! Eu tinha carinho ao meu corpo porque não ligava pros outros... O lado bom da vida é você ser uma criança E NUNCA CRESCER, por isso Peter Pan é feliz.
FUCK THIS SHIT! 

Troca de Usuário




O sinal do término da aula soava como música, enquanto o vento mexia as folhas das árvores altas, ao lado da biblioteca do colégio. Contudo, mais abaixo, os pobres alunos sofriam com o calor daquele dia de inicio de verão. Raphael era um deles, e caminhava apressadamente pelo corredor externo em direção a saída de trás, sonhando com o carro novo que sua mãe comprara semana passada e o maravilhoso ar condicionado que viera junto com ele. Aquele provavelmente era o dia mais quente desde o verão passado, isso já estava deixando Raphael maluco.
            Finalmente, na saída, ele procurava impaciente, olhando de um lado para o outro em busca do lifan vermelho novinho de sua mãe. Por um instante estremeceu com a ideia de ter de ficar ali mais meia hora naquele inferno, mas antes que pudesse imaginar essa sensação percebeu que o carro so estava estacionado um pouco mais para frente do que de costume, então caminhou em sua direção aliviado.
            Ao chegar no carro Raphael abriu a porta da frente e jogou sua mochila para o banco de trás.
            - Cadê meu beijo? – perguntou Julia, agarrando o rosto do garoto para que este não lhe escapasse, e antes que Raphael pudesse resmungar qualquer coisa, ela continuou – E aí bonitão, como foi a escola?
            - Ah, normal mãe... – disse ele, enquanto esfregava a Mao no rosto para tirar a marca do batom vermelho de sua mãe.


            Finalmente, em casa, Raphael deixou seu material no quarto e foi logo para a cozinha almoçar. Depois do almoço, foi ate a rede ler um pouco. Acabou dormindo e depois decidiu que iria procurar algo mais útil para fazer na internet. O computador ficava no seu quarto e, sendo filho único, não tinha problemas, como ter que revezar horários ou qualquer coisa do tipo, portanto costumava passar horas e horas navegando na internet, conversando com pessoas pelo MSN, stalkeando pelo facebook, twittando, etc...
            Raphael era um típico estudante do segundo ano de classe media altaq, tirando o fato de ser líder do time de vôlei do colégio. Contudo, apesar deste seu lado esportista, ele também era um nerd, o que lhe permitia fugir das panelinhas e ser amigo de quase todos os garotos da série. Alem disso tudo, Raphael amava animais, seu gato já estava com 8 anos, mas, graças aos cuidados de seu dono, continuava firme e forte: o sonho de Rapha era se tornar um veterinário.
            Devia ser mais ou menos umas 16h quando Rapha recebeu uma mensagem de que um novo contato o havia adicionado no MSN. Ele logo imaginou que devia ser alguém de algum jogo, provavelmente de world of warcraft que era o que ele estava jogando no momento, pois isso vivia acontecendo. Ele aceitou e foi logo conversar com a pessoa.
            - E aí, tudo bom? – perguntou ele, simpaticamente.
            - Tudo, e com você? – a resposta veio quase que instantânea, o que impressionou um pouco o garoto. Alem disso, o nickname daquele estranho era diferente dos outros, simplesmente dizia “Usuário 2”.
            - Também. – respondeu Raphael depois de algum tempo perdido em seu pensamento.


            As horas se passaram sem que nenhuma oura mensagem fosse enviada ou recebida, ele inclusive já havia se esquecido daquele novo estranho, até o momento em que seus olhos passaram a doer e então começou a se despedir dos amigos para sair. Porém, o último contato do qual restava se despedir era o “Usuário 2”. Rapha pensou um pouco, estava curioso quanto àquela pessoa, não poderia simplesmente sair. Por fim, perguntou:
            - Desculpa cara, mas da onde mesmo que eu te conheço?
            - Você não me conhece. – respondeu ele tão rápido quanto da ultima vez.
            - Jogo? – insistiu o Rapha.
            - Também não te conheço.
            - Ah... Bom, qual seu nome então?
            - Porque não deixamos assim?
            - Han? – Rapha estava confuso. Parecia que não estavam falando a mesma língua.
            - Porque não continuamos estranhos?
            Ele não estava mais entendendo nada, mas sua mãe já estava chamando para o jantar havia alguns minutos e ele não tinha tempo para discutir, então aceitou. “Por que não?”pensou consigo mesmo, despediu-se e saiu.


            Enquanto comia, Rapha pensou em comentar com sua mãe o que acontecera, mais logo desistiu da ideia; provavelmente sua mãe começaria com um discurso como “por que não se deve falar com estranhos”, mas ele tinha certeza que não havia perigo algum, já que não era o tipo de idiota que se deixava influenciar por pessoas na internet. Se esse cara estivesse mal intencionado, ele iria perceber e então simplesmente pararia de falar com o sujeito, pronto. Tudo estava sob o mais absoluto controle.
            E como para provar isso para si mesmo, nas semanas seguintes, Raphael continuou a falar com o estranho. Entretanto, quanto mais conversavam, mais ele ia se surpreendendo com a incrível facilidade que tinha para se abrir para aquela pessoa desconhecida, e o modo como acabava se dando conta de sentimentos e pensamentos que nem mesmo ele sabia que possuía. Como ambos não possuíam cotidianos em comum para discutir, eles conversavam sobre assuntos mais variados, desde coisas como aquecimento global ate questões como “qual é a diferença entre o real e o que acreditamos ser real”. E mesmo assim, o tempo todo ele continuou atento, mas não conseguiu encontrar nenhuma fala suspeita, nenhuma pergunta sobre onde morava ou coisas do gênero, nem se quer um comentariozinho! Em menos de um mês, Rapha estava completamente encantado, sentia como se tivesse encontrado sua alma gêmea, pois, ao contrario do que esperava, não parecia ser o único a estar entorpecido com todas aquelas descobertas, sentia como se ambos estivessem redescobrindo o mundo, juntos!
            A única regra para as conversas entre eles era “sem pergutnas pessoais”, e isso foi o que derrubou de uma vez qualquer desconfiança que Rapha poderia ter sobre seu novo amigo, mergulhando-o ainda mais naquele universo. Na escola, por exemplo, ele olhava para as pessoas que andavam a sua volta e via nelas o que havia deixado de ser, pensava no quão tolas eram. Depois, passou a observá-las também como um cardume que se mexe em sincronizada cegueira, tornou-as seu objeto preferido de estudo; começou a analisar as tendências e vícios da sociedade, os relacionamentos e as formalidades: todos quaisquer padrões que seus novos olhos curiosos conseguissem alcançar. Mais tarde, relatava suas descobertas para seu amigo, que sempre usava de suas constatações para confirmar suas próprias suspeitas. E, juntos, ambos chegaram a uma so conclusão: “a sociedade não pensa, só nós”.


            Contudo, apesar de toda essa convivência, Rapha ainda não sabia nada sobre aquela pessoa, nem ao menos se era um garoto  ou uma garota. Ele já havia tentado descobrir antes, mas nunca conseguira nem uma pista sequer: toda vez que se falavam “Usuário 2” mudava o gênero de seus pronomes. Infelizmente, perguntar estava fora de cogitação, ele certamente não responderia e isso soaria como um desrespeito à única regra que ambos elegeram. Não parecia haver saída, então Rapha acabou deixando para lá e criou sua própria imagem daquele amigo.
            Porém, em um dia qualquer, no meio da aula de gramática, Rapha teve uma brilhante ideia; lembrou-se de que algumas semanas antes havia dado seu número de celular para seu amigo com o intuito de que pudessem mandar torpedos um para o outro durante o tempo que não estivessem no computador. Seu plano era pegar o número do celular que respondeu suas mensagens e telefonar para ele, assim ao menos ficaria sabendo, pela voz que atendesse ao telefone, se seu amigo era homem ou mulher. “Com sorte, ele não bloqueou o número”, pensou.
            “Mas que droga é essa?”, disse para si mesmo, assustado. Rapha conferiu as outras mensagens e a mesma coisa: as mensagens vinham com o número do correspondente, mas nada parecidos com o que deveriam ser, tinham muito mais algarismos do que deveriam e até algumas letras e símbolos. Aquilo deixou Raphael confuso durante um bom tempo. “Será que não seria algum tipo de bloqueio? Alguma falha?” pensava em varias possibilidades, mas no fundo não tinha a menos ideia do que aqueles números podiam ser


            Mais tarde, em casa, Rapha ainda pensava nos números e sua curiosidade estava se transformando em preocupação – as coisas começavam,a não fazer mais sentido. O pior é que ele não poderia conversar com seu amigo sobre o assunto, pois ficaria óbvio qual havia sido sua intenção, seu patético plano para descobrir mais sobre sua alma gêmea. Toda essa reflexão fez com que pensasse um pouco sobre sua vida e, por fim, percebeu que na realidade estava obcecado por aquele estranho. Envergonhou-se de ficar por aí sonhando com alguém que ele nem ao menos sabia se era um cara ou uma garota. Precisava parar, não estava mais se reconhecendo, decidiu então que não iria mais falar com o “Usuário 2”.
             Foi difícil, mas Raphael finalmente criou coragem para bloquear e deletar o seu querido amigo de sua lista de contatos do Messenger, e passou o resto daquela noite se torturando com a abstinência que a falta daquela pessoa lhe causava, mas, no final, de nada adiantou. Na manha seguinte, um novo torpedo o aguardava no celular. Rapha não resistiu e leu: “o que você esta fazendo?” uma pontada de remorso atingiu-o na boca do estomago; não podia responder. Apagou a mensagem de seu celular e tentou pensar em outras coisas. Não tinha certeza se o que estava fazendo era certo, tinha medo de estar perdendo o que lhe era mais valioso; tinha medo de se arrepender amargamente para o resto da vida caso estivesse enganado; tinha muito medo e por isso estava fugindo.
            Mais tarde, já na escola, Rapha saiu da sala para o primeiro intervalo e começou a vagar sem rumo pela escola; todo lugar que ele olhava lembrava-o de seu amigo, ou de como o imaginava: uma garota da sua idade, linda e misteriosa, com cabelos ruivos e encaracolados descendo pelos ombros delicados, com uma voz musical semelhante a um instrumento celeste. Sempre, antes de dormir, ele costumava imaginar seu rosto, como seria a sua voz e seu toque. Apesar de seu amigo, na realidade, nunca ter dado pista alguma quanto ao seu sexo, a verdade era que Raphael apaixonara-se por aquela possibilidade.
            Durante todo o resto da manha, mais e mais mensagens eram recebidas vindas do “Usuário2”. Porem, com o tempo, a ansiedade de Rapha se dissolvia em uma singular melancolia, ao passo que pouco a pouco se conformava. “Em breve isso não passara de um sonho”, repetiu para si mesmo.
            Na última aula, quando já estava se sentindo conformado o suficiente, permitiu-se dar uma olhada na última mensagem que recebera de seu amigo; queria testar o quanto aquilo mexeria com seus nervos:

            // Não espere acordar tão cedo... //

            Em um primeiro momento, não entendeu o significado daquela frase, mas poucos segundos depois chegou uma segunda mensagem:

            // ...que este sonho ainda vai durar. //

            Rapha ficou completamente imóvel, paralisado. Finalmente, com um movimento brusco, arrancou a bateria e o chip do celular; jogou-os no fundo da carteira, depois respirou fundo e tentou entender a situação. “Foi como se ele tivesse lido minha mente!”, pensou, “mas será que é realmente possível que alguém possa, em tão pouco tempo, conhecer tão bem uma pessoa a ponto de conseguir adivinhar o que ela estaria pensando?”
            De nada adiantava tentar se acalmar, Rapha não estava mais com medo, estava aterrorizado; vozes gritavam em sua cabeça, repetindo as mesmas perguntas que fizera a si mesmo na primeira vez em que se falaram, porem agora acompanhadas de um horripilante sentimento de estar vulnerável. Ele precisava conseguir se acalmar. Então, pensou em como nunca disse seu endereço, telefone de casa ou qualquer coisa assim, do modo que não havia por que se preocupar. “Está certo que o que aconteceu foi estranho, mas com certeza existe alguma explicação plausível para tudo isso”, disse para si mesmo – e deu o assunto por encerrado.


            Alguns minutos depois, Raphael já estava em casa, já havia almoçado e agora estava assistindo a um filme qualquer que estava passando no Telecine. As coisas ficaram mais tranqüilas enquanto voltava para casa com sua mãe. Ele conseguiu ficar um pouco mais calmo, e ao passo que foi encontrando coisas para fazer, quase se esqueceu de toda aquela história.
            De repente, o telefone tocou, e Raphael se levantou para atender. Caminhou despreocupadamente de seu quarto até a base do telefone, que ficava na sala de visitas e atendeu.
            - Alô?
            - Olá, Raphael, como vai indo seu sonho?
            O baque seco do telefone caindo no chão ecoou dentro da cabeça do garoto como um machado em um bosque. Talvez tenha sido o fato de estar obcecado que fez com que sentisse tanto medo, talvez tenha sido a voz angelical que ele só ouvia em seus delírios, talvez até mesmo o simples de ele estar sozinho em casa; o motivo não importava mais naquele instante, nada importava mais naquele instante, nada importava, senão fugir. Rapha correu em direção ao seu quarto e, numa tentativa desesperada, fingiu que nada acontecera e voltou a assistir televisão. Porém, o filme não estava mais lá, a imagem havia ficado preta e, depois de alguns instantes, um rosto jovem e feminino de cabelos ruivos com traços orientais emergiu de dentro da escuridão da tela.
            - ME DEIXE EM PAZ! – berrou o garoto, tentando parecer furioso.
            - Você não queria saber quem eu sou? – respondeu a bela voz, quase que musicalmente.
            - NÃO! – uma força enorme dominou Rapha, que pegou seu livro grosso de biologia e o arremessou em direção ao monitor, que quebrou engolindo o livro em suas entranhas metálicas. Mas a voz ainda continuava a falar.
            - Não adianta tentar fugir.
            - Por que está fazendo isso comigo? – lágrimas começaram a correr pelo rosto do rapaz.
            - Eu não estou fazendo nada com você. Por que você não dá uma olhada no que fez durante a aula hoje? – disse a voz, calma e gentilmente.
             Não havia mais contra o que lutar, Raphael perdera todas as suas defesas, então, lentamente, levantou-se da cama e caminhou até sua escrivaninha.
            - Abra seu caderno. – continuou a voz de sopranos.
            Rapha obedeceu e o que viu ao folhear as páginas das últimas semanas lhe deu ânsia. Não havia nada, enquanto revirava o caderno horrorizado, não via nada além da versão manuscrita de todas as conversas por MSN que teve com o “Usuário 2”. Durante todo aquele tempo, vários desenhos de sua musa, seus próprios pensamentos e sonhos a seu respeito, estavam todos ali, até mesmo uma pequena história, que o chocou; era a história do que estava lhe acontecendo agora, e as últimas palavras escritas eram: “apavorado, o garoto revirava as páginas de seu caderno, enquanto lentamente entendia o que ocorrera. Então, sem questionar mais nada, ele olhou para trás...”
             De fato, não existiam mais pergutnas para serem feitas, tudo estava explicado; Rapha criara o Usuário 2. todas as mensagens, as conversas, nada daquilo jamais fora real. Raphael se virou, finalmente, e lá estava sua gata, Lola, sentada sobre a cama.
            - Olá, Raphael. – disse Lola mantendo sua expressão doce e serena.
            Rapha caminhou mais uma vez pesadamente em direção a cama, e sentou-se do lado de sua gata. Sua expressão era vazia e seus olhos enevoados. Rapha levantou a mãe e então a repousou levemente sobre a cabeça da gatinha.


            Horas se passaram ate que sua mãe voltou do trabalho. Ser empresária foi o único meio que arrumou para ter condições de sustentar seu filho sozinha e, por conta disso voltava sempre para casa tarde, no mínimo às vinte horas. Naquela noite, ela havia saído do serviço cedo, por isso pôde passar na padaria e comprar uma torta de frango para jantar com seu filho.
            - Rapha! Rapha! Trouxe sua torta favorita!
            Sem obter nenhuma resposta, Julia começou a procurar pela casa, até que chegou finalmente ao fatídico quarto.
            - Raphael? – a cena hedionda que Julia encontrou ao abrir a porta fez com que ela vomitasse.
            Uma pequena massa sanguinolenta de carne, ossos e pelos estava estatelada no chão, bem enfrente a seus pés, enquanto marcas de sangue e pancadas na parede ilustravam o acontecido com aquilo que um dia havia sido a gata Lola. Um cheiro insuportável de sangue impregnava todo o ambiente e, bem ao seu lado, com as mãos, o rosto e a blusa tingidos de sangue, rapha tranquilamente digitava com alguém em seu MSN.
            - Já vou...

Bloqueios~~

Sou o tipo de pessoa que dá a vida pelos amigos, sempre fui assim, não importa o que acontece-se eu estava lá apoiando e tentando ajudar meus amigos mas hoje vejo que tenho um bloqueio e isso me deixa bem mal...
Não consigo mais ver uma pessoa triste ou uma pessoa falando de algo triste e ir encarar aquilo numa boa, eu tenho que primeiro quebrar minhas barreiras e depois ir tentar achar uma brecha na barreira do outro para ajuda-lo, isso é confuso mas é verdade.
Realmente não queria que as coisas chegassem a esse ponto de eu ter que bloquear tudo na minha mente... estou cada vez mais sumindo do mundo. Por um lado é bom e por outro nem tanto... só é bom realmente porque não terei que ver mais ninguém e saber que eu fui o motivo dos seus problemas.
Ok eu vou parar por aqui, sinto falta de ser apenas eu, era o que precisava dizer...

Inspiração ~~


Sempre me mostrei uma garota valente, forte, mas contigo nunca foi deste jeito. Quando você me olha nos olhos me faz  parecer uma criança não sei, isso parece tão certo mesmo eu sabendo que é errado... apenas te ter ao meu lado faz sentido.
Não me deixe ir! 
Te suplico.
Não me deixe ir, você possui minha alma, não aguento ouvir você dizendo 'adeus'...
Me recordo daquelas coisas que você havia me dito fico remoendo elas em minha cabeça, você sempre está em meus pensamentos, não só neles, mas seu cheiro está nas minhas coisas, você está por toda parte... 
E agora fico presa no presente como um livro aberto, odeio isso, mas você conseguiu abrir meu coração. Queria que disse-se que sente o mesmo... mas sei que isso não vai acontecer.
Me abrace, me segure, me acolha, só contigo estou segura, sinto que em seus braços estou ilesa. 
Como eu gostaria que agora você estivesse aqui...
C. Mazaro

Bullshits

Primeiro de tudo, me desculpem por ter sumido! Minha vida anda com muitas reviravoltas e eu ando meio perdida com tudo, mas acho que estou bem.
Segundo, queria desejar um feliz ano novo gente *o* já é dia 05 e muita coisa já aconteceu mas espero que a vida de todos vocês esteja ótima e também vocês estejam correndo atrás de seus sonhos.
E bom sei lá ._. queria desabafar né kk' mas não posso <///3 sou vigiada, as vezes gosto de ser stalkeada pelas pessoas as vezes não gosto, sei lá. Sei que com isso eu mudei muito, eu parei de ficar me denigrindo tanto pelo menos, não fico fazendo drama porque eu cai na real que se a pessoa realmente me irrita, conversa comigo, brinca comigo e tudo mais é porque ela me quer bem '-'
Ah sei lá... felicidade dura pouco.
Mas bom acho que do que eu posso falar no momento é isso to com muita coisinha na minha cabecinha pra dizer mas que eu não estou falando para NINGUÉM e é isso que me mata .____. mas prefiro ficar me remoendo com isso do que falar e me ferrar. See ya.
 C. Mazaro

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